sexta-feira, 31 de julho de 2009

O meio ambiente ainda tem salvação

Educação Ambiental Popular: Uma Alternativa à Crise Ambiental na Sociedade Moderna
Constatamos que a crise ambiental é sintoma de uma crise muito mais profunda do que a mídia nos passa diariamente. O que quero dizer com isto é que a crise não envolve apenas estilos de vida, padrões de consumo, projetos de desenvolvimento e pressões sociais. Por detrás de tudo isso, há um modo de produção econômico, denominado Capitalismo, que é o grande vilão, o principal responsável pela crise atual, que aliás, não é tão atual assim. Em nosso País, por exemplo, a crise tem sua origem concomitantemente com o Descobrimento, pois desde esta época nossas riquezas naturais passaram a ser exploradas, como pode ser evidenciado pelo contrabando do Pau-Brasil e, posteriormente, os inúmeros ciclos de exploração econômica como o ciclo da Cana-de-açúcar, o ciclo do café, do leite e do cacau, etc.
E não foi somente a exploração ambiental no sentido de enxergar a natureza como dissociada do ser humano. Vemos que desde o Descobrimento, nossa sociedade caracteriza-se pelo domínio do mais forte sobre o mais fraco e da exploração do trabalho. Quando os portugueses aqui chegaram, subjugaram os povos indígenas. Os povos considerados mais evoluídos (opressores), como Portugaltinham um sentimento de não pertencimento humano em relação à natureza, pois somos a única espécie racional e, portanto, superior. Aliás, diga-se de passagem, que esta é uma constatação questionável, se observarmos os dizeres de Philippe Pomier Layargues, por exemplo "Pelo que se tem notícia, desde que a vida surgiu na face da Terra há cerca de três bilhões e meio de anos, nenhuma outra espécie biológica foi capaz de provocar desequilíbrios ecológicos na proporção e magnitude da atual crise ambiental". (LAYARGUES in SANTOS & SATO, 2006, p. XIII).
Mas, voltando ao sentimento de superioridade em relação aos índios, que eram considerados pelos portugueses como primitivos, pois dependiam da natureza para viver, enquanto eles, superiores, já não precisavam dela, no sentido de dependência, uma vez que já conseguiam a explorar, a dominavam, fez com que esses povos indígenas fossem, então,subjugados por eles. Mauro Guimarães diz que "Cada vez mais a natureza é vista como recurso natural para alimentar um modelo de desenvolvimento espoliador e concentrador de riquezas e que vem, desde essa época, se disseminando e sendo implantado por todo o planeta em um processo hoje denominado de globalização" (GUIMARÃES in LOUREIRO & LEROY, 2006, p. 17).
A Educação Ambiental, apresenta-se, hoje, como um modelo de Educação que pode contribuir com as mudanças estruturais necessárias e prementes ao mundo, envolvendo estilos sustentáveis de vida, ética, padrão cultural e equidade compatíveis com a Sustentabilidade. João B. A. Figueiredo diz que segundo o Discurso Oficial sobre Sustentabilidade, o Desenvolvimento Sustentável se propõe a ser uma forma de desenvolvimento que busca compatibilizar objetivos distintos, de modo que nenhum deles seja prejudicado ou prejudique o objetivo do outro, permanecendo nos limites da capacidade de suporte do Planeta, de modo a não comprometer a integridade dos sistemas que mantém a vida na Terra no presente, nem para as gerações futuras. Entretanto, este desenvolvimento é proposto a partir de um modelo civilizatório Capitalista que prioriza o consumo e o lucro, centrando suas atenções no processo acumulador, gerador de pobreza e miséria, em escala mundial. Logo, precisa-se de uma Educação Ambiental que rompa com esta estrutura de exploração, de dominação.
Convém mais uma vez destacar que o conceito de desenvolvimento sempre esteve associado à economia. Carlos Walter Porto Gonçalves salienta bem isso em sua obra O Desafio Ambiental:
A idéia de progresso – e a sua versão mais atual, desenvolvimento - é, rigorosamente, sinônimo de dominação da natureza! Portanto, aquilo que o ambientalismo apresentará como desafio é, exatamente, o que o projeto civilizatório, nas suas mais diferentes visões hegemônicas, acredita ser a solução: a idéia de dominação da natureza. O ambientalismo coloca-nos diante da questão de que há limites para a dominação da natureza. Assim, além de um desafio técnico, estamos diante de um desafio político e, mesmo, civilizatório (PORTO GONÇALVES, 2004, p. 24).
Mais adiante, o mesmo autor ainda completa:
Desenvolvimento é o nome-síntese da idéia de dominação da natureza. Afinal, ser desenvolvido é ser urbano, é ser industrializado, enfim, ser tudo aquilo que nos afaste da natureza e que nos coloquediante de constructos humanos, como a cidade, como a indústria. Assim, a critica à idéia de desenvolvimento exigia que se imaginassemoutras perspectivas que não as liberais ou socialistas ou, pelo menos, que essas se libertassem do desenvolvimentismo que as atravessa.
Por fazerem críticas a essa idéia de desenvolvimento, os ambientalistas, com freqüência são acusados de serem contra o progresso e o desenvolvimento. Assim como Porto Gonçalves, acredito que a idéia de progresso é de tal forma parte da hegemonia cultural tecida a partir do Iluminismo, que mesmo aqueles que se consideram os maiores críticos do Capitalismo fazem estas mesmas criticas aos ambientalistas.
Ao associarmos Educação Ambiental à Sustentabilidade, percebe-se no debate corrente sobre Educação Ambiental tendências que privilegiam ações locais e outras que discutem modelos de desenvolvimento. A necessidade impõe ações localizadas, pontuais e imediatas, colocando desafios contundentes às práticas sociais. Faz-se, pois, segundo Figueiredo, necessário construir uma crítica da sustentabilidade. "Uma cultura crítica de sustentabilidade nos devolve à pergunta pela participação dos atores fundamentais dessa história. Na verdade nos remete à tarefa de buscar desvelar, no sentido freireano, o trajeto e a percepção popular sobre o assunto"(FIGUEIREDO, 2007, p. 79).
Ao pensar em uma crítica da sustentabilidade temos que considerar alguns princípios, dentre os quais a satisfação das necessidades fundamentais; a participação popular; o cuidado com os bens naturais; um sistema social solidário que garanta qualidade de vida (saúde, educação, moradia, emprego, segurança, respeito etc.). Pensa-se em um conceito de sustentabilidade, desacoplado de um desenvolvimento que não questiona o modelo capitalista. Prioriza-se uma reorientação do termo, observando a relevância do saber popular, sem descuidar dos aspectos sócio-históricos e políticos envolvidos e que devem ser considerados pela Educação Ambiental. O que significa dizer que a Educação Ambiental não pode reconhecer o eixo econômico como excludente de outras dimensões.
Assim é que se faz importante definir como demarcador a construção das Agendas 21 locais, dos bairros,das universidades, etc. Pensamos que muito há que se percorrer para torná-la exeqüível e, isto se dará quando percebermos que as novas orientações precisam de uma prática social propícia para prosperarem. Figueiredo coloca que "A Educação Ambiental hegemônica, que se insere de modo globalizado, apresenta esta tendência embutida no tecnicismo, na participação das populações em ações pontuais, nos planejamentos e decisões governamentais centralizadas que não afrontam o modelo capitalista de modo conseqüente" (FIGUEIREDO, 2007, p. 79).
Escolher uma concepção de Educação é uma decisão eminentemente política, pois ela referenciará uma práxis educativa. No mesmo sentido de práxis educativa, Moacir Gadotti definea pedagogia da práxis como "a teoria de uma prática pedagógica que procura não esconder o conflito, a contradição, mas, ao contrário, entende-os como inerentes á existência humana, explicita-os e convive com eles. Ela se inspira na dialética" (GADOTTI, 2005, p. 239).
Em nosso caso particular, acredita-se que uma forma de se alcançar os objetivos da Sustentabilidade e romper com as mazelas do Capitalismo é optarmos por um novo modelo de Educação, ou seja, uma Educação que não só é Transformadora, mas acima de tudo Popular, ou seja, dos oprimidos, como exprime Paulo Freire.
Será a partir da situação presente, existencial, concreta, refletindo o conjunto de aspirações do povo, que poderemos organizar o conteúdo programático da educação ou da ação política.
O que temos de fazer, na verdade, é propor ao povo, através decertas contradições básicas, sua situação existencial, concreta, presente, como problema que, por sua vez, o desafia e, assim, lhe exige resposta, não só no nível intelectual, mas nonível da ação (FREIRE, Paulo, 1987, p. 184).

domingo, 26 de julho de 2009

Plano De Trabalho Docente: Inglês Eixo Temático: Educação Para As Relações Étnico-Raciais Objetivos Gerais: - Proporcionar ao educando uma educação ampla e que supere conceitos socialmente arraigados. - Levar o aluno a conhecer melhor sua historia pessoal e a historia do grupo ao qual ele está inserido. Objetivos Específicos: - Discutir questões relacionadas à África e a africanidades em sala de aula no sentido de aprimorar o conhecimento do aluno. - Levar o educando a noção de que em um mundo globalizado não há mais espaços para isolacionismo. - Fazer com que os alunos relacionem termos em língua portuguesa, que se referem ao racismo e africanidades tem sua correspondente em inglês. - Que o aluno reconheça a importância da África para o mundo e principalmente para o Brasil e a formação do povo brasileiro. - Que o aluno assimile a africanidade como uma grande vantagem para o seu crescimento pessoal. Trabalho com conteúdos por serie do Ensino Fundamental: 5ª. Série: - Assimilação de palavras como liberdade, racismo, xenofobia, negros e brancos e, toda e qualquer palavra de fácil assimilação relacionada à temática racial. - Frases de efeito que foram usadas em relação à raça e racismo como: “I have a dream “ , “yes, we cant” entre outras. - Trabalhos com termos, frases ou sentenças que signifiquem igualdade, diversidade e liberdade. 6ª. Série: - Revisar alguns temas já trabalhados na serie anterior. - Trabalhos com termos, frases ou sentenças que signifiquem igualdade, diversidade e liberdade. - Reconhecer as redes que possibilitam a circulação de informações, mercadorias e pessoas. - A influencia da língua inglesa na África e a presença inglesa no continente. 7ª. Série: - Identificar as questões que envolvem a segregação espacial em imagens, textos e na observação da vida cotidiana. - Identificar o conceito de território explicando-o através das noções de exclusão, marginalização, segregação, identidade, relacionando-o à complexidade dos cotidianos das cidades em suas divisões e demarcações espaciais. - Reconhecer os fenômenos culturais que explicam as identidades regionais de vários povos da Terra, avaliando-os em relação à sua extinção e descaracterização do modo de vida. - Trabalho com discursos e frases de pessoas que lutaram pelas igualdades raciais como Martin Luther King, Malcon X, entre outros. 8ª. Série: - Explicar os tipos de relações sociais existentes no território relacionando-os com os lugares, suas estratégias de segregação e exclusão das populações marginalizadas. - Identificar, conhecer e avaliar os laços de identidade da cidade com o cidadão, as manifestações populares e o trabalho, assim como a falta de trabalho e a repressão às manifestações, em textos e fotos. - Identificar, analisar e avaliar o impacto das transformações culturais nas sociedades tradicionais provocadas pela mudança nos hábitos de consumo. - Compreender a modernização resultante da revolução tecnológica, seus conflitos e contradições, gerados na forma como se distribuem seus benefícios pela humanidade. Compreender o papel das redes virtuais na vida dos adolescentes e analisar a exclusão e a inclusão digital. - Explicar os conflitos resultantes da má distribuição ecológica e econômica do patrimônio natural e material, produzindo riqueza e pobreza como efeitos da degradação ambiental, sob a ótica da ordem política e econômico-financeira internacional globalizada. - Trabalho com as frases usadas por Barak Obama em sua campanha a presidência dos EUA. - Analise dos discursos de Martin Luther king. METODOLOGIAS: - Aulas expositivas acerca do tema. - Relacionar sempre o tema discutido em sala a outras disciplinas promovendo assim uma pluridisciplinalidade. - Se utilizar de textos, temas, discussões e abordagens das outras disciplinas para facilitar a assimilação de conteúdo pelos alunos. - Trabalhos multidisciplinares sobre a temática “Africanidades” - Audição, leitura e tradução de musicas cujo tema esteja relacionado ao conteúdo. - Leitura, tradução e analise de textos produzidos por ícones da luta pela liberdade no mundo. - Exibição e analise de filmes em conjuntos com outras disciplinas. Avaliações: - Elaboração de cartazes e textos sobre o conteúdo estudado. - Participação individual e em grupo. - Analise de uma prova escrita e uma teórica. - Assimilação de conteúdos e apresentação de seminários. - Participação nas atividades como um todo e freqüência as aulas. Elaboração: Profª. Mercedes Numata Revisão e colaboração: Prof. César Eduardo Pinheiro

Para ajudar no trabalho docente.

Plano De Trabalho Docente: Educação Física Eixo Temático: Educação Para As Relações Étnico-Raciais Objetivos Gerais: - Que os alunos conheçam elementos culturais africanos e como eles influenciam a vida e a cultura no Brasil. - Mostrar aos alunos que o sistema de resistência elaborado pelo negro no processo de escravização incluiu as lutas, as danças e as artes como elementos de sobrevivência cultural, física e pessoal. Objetivos específicos: - Apresentação de rituais e suas significações para o povo africano. - Apresentação de danças ritualísticas africanas e afro-brasileiras. - Demonstração de capoeira e de seu significado para os africanos que vieram para o Brasil na diáspora africana, seu contexto histórico social como elemento da cultura corporal africana e afro-brasileira. - As origens do samba e os instrumentos de percussão e as formas como eram e são utilizados. - Estudar as praticas corporais na cultura negra. - Levar os alunos a uma compreensão maior da cultura corporal africana e afro-brasileira. - Mostrar a importância da arte e o corpo na compreensão do povo africano e de sua descendência. Trabalho com conteúdos por serie do Ensino Fundamental: 5ª. Série: - As danças ritualísticas na cultura africana e afro-brasileira. - As expressões corporais e sua utilização pelo povo africano. - Pensar o lúdico como algo cultural e como uma necessidade humana nos leva os vários questionamentos sobre como o próprio homem o entende. - Compreender o corpo como totalidade. preciso compreender que a forma como os sujeitos lidam com o corpo não é universal, e sim uma construção social resultante de significativos processos históricos. Em outras palavras, as concepções que os seres humanos desenvolvem a respeito de seu corpo e da forma de se comportar corporalmente estão condicionadas a fatores sociais e culturais. - Problematizar a vivência corporal dos alunos nas brincadeiras, nos jogos, nas danças, nas ginásticas, nos esportes, enfim, em todas as suas manifestações corporais, imprimindo-lhes sentidos e significados educativos. - Conhecer jogos e brincadeiras de outras culturas. 6ª. Série: - Os ritmos oriundos da África. - Os instrumentos de percussão surgidos na África e sua utilização pelos negros no Brasil. - Buscar a formação de indivíduos, enfocando o desenvolvimento de competências sociais, cognitivas e afetivas para que esse sujeito viva melhor e conviva bem com as diversidades. - A dimensão biológica engloba fatores relativos à condição orgânica do sujeito, ou seja, à sua estrutura anatômica e fisiológica. Dentre outros condicionantes dessa dimensão, destacamos: idade, sexo, características étnicas, herança genética, condicionamento físico, estado geral de saúde orgânica. - Compreender a dança como meio de desenvolvimento de valores e atitudes (afetividade, confiança, criatividade, sensibilidade, respeito às diferenças, inclusão). 7ª. Série: - Os rituais africanos e afro-brasileiros e suas utilizações nas culturas derivadas da África. - Resgatar o convívio social e a ética, tentando interferir na formação dos alunos objetivando a formação de um conhecimento e um pensamento diferenciado em relação à realidade que o cerca e a vivencia que ele estabelece com ela. - Relações que as pessoas mantêm com seus corpos e com as outras pessoas, advindos das grandes transformações da atualidade, tais como, aumento do fluxo de informações que geram, por vezes, reações preconceituosas em relação a diferenças de gênero, etnia, características físicas, dentre outras. 8ª. Série: - A historia do surgimento e da utilização da capoeira pelos negros e sua descendência. Diferenciar a capoeira angola da capoeira regional. Identificar os elementos básicos da capoeira. Vivenciar os elementos básicos da capoeira. - Colaborar com o aprimoramento do educando como pessoa humana, como cidadão e não, apenas, com a preparação física de pessoas. - Amplo conjunto de experiências, incluindo o contato com as culturas esportiva, corporais, rítmica e de luta - Dialogar com a diversidade cultural e a pluralidade de concepções de mundo, posicionando-se diante das culturas em desvantagem social, compreendendo-as na sua totalidade. Metodologias: - Os professores poderão utilizar, dentre outros, os seguintes recursos didáticos e estratégias de ensino: • Análise de imagens e sons (filmes, vídeos, fotografias, desenhos, pinturas, propagandas, músicas, charges, murais, documentários); de objetos (troféus, flâmulas, medalhas, certificados, diplomas, brinquedos, maquetes, cenários, fantasias); de textos (livros, contos, crônicas, jornais, revistas, poesias, histórias, paródias), dentre outros; • Pesquisa, entrevista, júri simulado, seminário, palestra; • Debate com profissionais e atletas convidados; • Visita à comunidade, em especial aos espaços de esporte e lazer; • Teatro e cinema; • Oficina de brinquedos e brincadeiras; • Feira e eventos artísticos e culturais; • Campeonatos, excursões diversas, acantonamentos. - Apresentação de textos acerca dos temas que serão debatidos e estudados. - Trazer pra escola apresentações de grupos que trabalham com essas expressões analisadas e estudadas. - Se possível fazer apresentações esporádicas de capoeira no pátio da escola. Avaliações: - Detectar as dificuldades e os progressos dos estudantes. - Relatórios, dinâmicas, redações e auto-avaliações. - É preciso observar primeiro se o estudante respeita o companheiro, como lida com as próprias limitações (e as dos colegas) e como participa dentro do grupo. - Avaliar no aluno seu interesse e sua participação em danças, brincadeiras, excursões e outras formas de atividade física que compõem a nossa cultura dentro e fora da escola. Elaboração: Profª. Grace Li Mikaela Walter Lentini Revisão e colaboração: Prof. César Eduardo Pinheiro